29/01/2012

Palavra sobre a verdadeira properidade


Nenhuma Teologia jamais fez tanto sucesso no Brasil quanto à “Teologia da Prosperidade”. Alavancada a partir de movimentos pseudopentecostais, essa teologia tem atraído milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente em países pobres, onde a fé do povo pode ser mais facilmente explorada. Movidos em primeira mão por suas necessidades básicas, mas em seguida por outras motivações não tão dignas, quanto à inveja, a ganância, o poder, etc, muitas pessoas buscam a Deus tão somente por aquilo que Ele pode oferecer, ignorando o Seu caráter e o desejo do Seu coração de que sejamos pessoas melhores. Diante desse quadro, cabe a nós estudar sobre o verdadeiro sentido da prosperidade dentro dos padrões divinos. É o que vamos fazer no decorrer do 1º trimestre de 2012.

Muito diferente do que ensina a falaciosa “Teologia da Prosperidade”, Prosperidade Verdadeira não significa acúmulo de riquezas e bens, poder adquirido a partir de status social, mas uma satisfação e bem-estar que vem quando nos relacionamos bem com aquilo que temos, quando vivemos satisfeito em meio a toda e qualquer circunstância.

Conforme aponta a Bíblia Sagrada, uma vida próspera se fundamenta em um correto relacionamento com Deus. Isso quer dizer que não podemos estabelecer um ideal de prosperidade em cima de técnicas, fórmulas ou quaisquer outros meios que possam substituir a comunhão do crente com o seu Deus. Quando esse princípio não é observado, então já não temos mais a Prosperidade Bíblica, mas uma “teologia da barganha”. É exatamente isso que estamos presenciando hoje em muitas igrejas ditas evangélicas: um verdadeiro festival de “toma-lá-dá-cá”. Há uma rifa da fé e quem der mais tem a promessa de conseguir muitas bênçãos.

Não tem cabimento a afirmação de que, para ter a promessa da prosperidade se faz necessário que a pessoa seja um dizimista. Não resta dúvida de que o contribuinte da obra de Deus é abençoado pelo Senhor, porque o Senhor ama ao que dá com alegria (2Co 9:7), mas dizer que a condição para ter o suficiente para viver (ou para ser rico e bilionário, como dizem os enganadores), seja necessário primeiro contribuir, dar o dízimo ou, então, “dar o seu tudo” nas fogueiras “santas” da vida, tem-se uma abominável distorção das Escrituras Sagradas, distorção esta que não ficará imune às severas punições divinas àqueles que falsificam a sua Palavra.

A prosperidade prometida pelo Senhor está condicionada única e exclusivamente à justiça, à obediência da pessoa à sã doutrina. Deus promete a prosperidade ao justo, como se vê no Salmo nº 1 e no Salmo 37:25. O texto sagrado fala em justo, não em ofertante ou dizimista. Não existe um “toma-lá-dá-cá”, uma barganha econômico-financeira. Absolutamente não!

Quando se abrem os textos bíblicos relacionados com dízimos, contribuições e ofertas, em momento algum percebemos Deus condicionando a prosperidade a um prévio doar da parte do homem, como se Deus fosse um mendigo, um necessitado. O texto de Malaquias, tão utilizado para estes fins, não serve para este objetivo. Primeiro, o texto está dirigido a Israel, sendo, mais uma vez, uma promessa “nacional”, inaplicável à Igreja e, o que é mais grave, o profeta denuncia, em primeiro lugar, a desobediência à lei (Ml 3:7), isto é, a injustiça, para, então, dizer que ocorria um roubo quando não se traziam os dízimos à casa do tesouro. Mas não é só! Caso os israelitas voltassem a dizimar, o Senhor lhes daria uma bênção tal que lhes traria a maior abastança, ou seja, Deus não prometeu tornar Israel bilionário, mas teria ele o suficiente para ter uma existência digna, que seria louvada entre as nações, que os chamariam de “bem-aventurados” (Ml 3:11). Vemos, pois, todas as características de uma promessa “nacional”, mas que está vinculada à justiça e à abastança. Assim, ainda que se transfira tal promessa à Igreja, não é ela, em hipótese alguma, um compromisso divino para o enriquecimento desmedido nem tampouco uma dispensa de observância da sã doutrina. Na Lição 9 daremos mais ênfase sobre este assunto.

A prosperidade verdadeira é o triunfo, o êxito em alcançar o fim da nossa fé: a salvação da nossa alma (1Pe 1:9). Eis o motivo pelo qual Asafe, quando via apenas os bens materiais acumulados pelos ímpios, quase se desviou da fé (Sl 73:2), mas, ao entrar no santuário de Deus, pôde entender o fim(Sl 73:17), ou seja, o verdadeiro triunfo, o verdadeiro êxito, que é o de obter a salvação da vida na pessoa bendita de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Somente neste fim, diz o profeta Malaquias, veremos a diferença entre o justo e o ímpio (Ml 3:18), entenderemos quem, na verdade, é o exitoso, o triunfante, pois de que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? (Mc 8:36).

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